quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ainda incompreendido

Tem uma série de coisas que não compreendo. A começar pelas filas gigantes que as pessoas com até 15 volumes preferem enfrentar no supermercado ao invés de esperar um cara com o carrinho cheio passar e pagar suas compras. Não compreendo porque uma pessoa para parar em sua vaga na garagem, prefere fazer mil manobras para virar no caminho se ela poderia simplesmente passar pelas duas vagas que estão sempre livres (ao lado da passagem estreita!) e só estacionar.

Já tentei girar em torno de mil fantasias para justificar, mas não compreendo porque as pessoas alimentam o carinho de outras se não querem nem mesmo saber se elas estão bem (o famoso banho maria...). Ou compreender o porquê de elogios falsos quando o silêncio bastaria. E aquele abraço forte naquela pessoa que você acabou de meter o pau e agora diz “Poxa, bom demais te ver, cara! Vê se aparece mais!”.

Intriga-me não entender porque o tesão acaba por uma pessoa que poderíamos amar pro resto da vida.

Quando eu estaciono o carro dentro da faixa pontilhada e o cara da loja em frente me fala "Ô, dona, não pode parar aí não, se você deixar o carro eu vou chamar o pessoal para te multar e seu carro vai ser rebocado!", eu de cara respondo a ele que a rua é pública e por lei ele não pode tomar mais do que seu espaço de garagem para fazer do passeio vagas para os clientes e que a multa viria para o estabelecimento. A discussão nunca dura mais do que esse argumento. Não entendo como as pessoas simplesmente dão ouvidos ao idiota que as impede de qualquer direito de usufruto da cidade, como cidadãs dela. Assim como não compreendo como um evento num espaço público, por exemplo, num parque municipal, tem a cara de pau de cobrar 10 reais (meia!) só para que as pessoas possam entrar lá. Não entendo porque elas não vêem que isso implica na exclusão de uma parcela enorme de espectadores.

Não entendo algumas coisas naturais, do tipo, porque eu nunca peguei um bicho de pé se viajo para a praia todo ano e fico andando descalço por um mês inteiro, enquanto as pessoas que estão comigo só faltam colecionar os bichinhos num pote de vidro. Ou porque vomito 5 vezes nas curvas da serra de Petrópolis, mas fico intacta com uma garrafa de cachaça na barriga.

Não entendo porque alguns fatos me inspiram e outros me deprimem, mesmo tendo a mesma intensidade melancólica. Já tentei dormir na claridade ou em lugares muito barulhentos, mas nunca consegui. Não compreendo como certas pessoas dormem em qualquer situação.

Não entendo porque me apaixono por certos homens.

Qualquer forma direta ou indireta de violência, nunca enxergo a necessidade. Como não compreendo a falta de cuidado e maltrato exatamente com as pessoas com que mais temos intimidade e amor. As mães costumam ser as que mais sofrem desse mal por parte dos filhos toscos que acham que tem toda a liberdade do mundo para falar o que quiserem e do jeito que quiserem com elas. Não entendo!

Tem muita coisa que não compreendo, ainda na cabeça, muitas outras coisas!

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Sou cantora. Vezes compositora, vezes professora, vezes cozinheira. Gosto de crianças e idosos. Me apaixono e desapaixono na mesma intensidade. Escrevo para não acumular na cabeça o que penso ou fantasio. Construo: tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo...

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