quarta-feira, 28 de abril de 2010

num dia de chuva... pá!

-Maria: miga e aí cumé q está?? Tudo bien agora?? Cê mofou flor??

-eu: mofei não! rs!
mas essa semana tá esquisita, parece que a cidade tá toda estranha, por conta da chuva
tudo funcionando pelas metades
as ruas fedendo
eu produzi pouco esses dias, tá difícil concentrar

-Maria: produza algo sobre isso
acho super válido

-eu: é... pode ser mesmo

-Maria: relatar os fatos como cidadã do Rio, que passou por tudo na pele

-eu: uai, vou pensar!!

-Maria: pode ser bom!Na verdade daria uma boa letra de RAP, né?! kkkkk!

-eu: Daria! Vou fazer!

No Rio de Janeiro...

-Maria: ando pelas ruas...

-eu:chove água, chove dor...

-Maria: o mal cheiro se alastra...



Ando pelas ruas...

O mal cheiro se alastra...

No Rio de Janeiro
Chove água, chove dor
Não sei se te alimenta
Ver o povo sofredor

Eu quero me livrar
O quanto antes do terror
Não posso ver a gente
Ver as mortes ao redor

Isso que entra pelas portas
Janelas e pelas frestas
E até mesmo o Redentor
Meu Deus, mas que fedor!

Me engana, ó Cabral!
Mas seu povo tá de mal
Se meu céu não vai abrir
Você tem que construir

Não sei o que te resta
Não sei quem vai te livrar
Sua cara me molesta
Essa chuva vai capar!

Carrego o corpo em curva
Quando vejo a água turva
Reflito sobre o tempo
Quando sei que não agüento

Já vi que desse morro
Só a lama sobrevive
Não me venha com esporro
Essa casa eu já tive

Se culpa a construção
ou lixo que libero
Mas hoje, um dia em vão
E tu me tenta com esmero



Por Laura Lopes e Marah Costa

Meu prato preferido

Frango com palmito.

Listo os ingredientes, mas sem medidas:

Frango inteiro, palmito fresco (muito), cebola (muita), alho (muito), sal, óleo, salsinha, cebolinha, caldo de galinha, e demais temperos que quiser!

Limpar o frango e deixar de molho em água com meia xícara de vinagre e 2 a 3 limões por 1 hora (isso tira o cheiro, o ranço de frango abatido!). Escorrer , lavar os pedaços e em seguida apertar com a mão(forte, mas sem deixar sair pedacinhos de frango por entre os dedos...) para tirar toda água. Temperar com sal, alho e pimenta (claro, os melhores temperos do mundo). Refogar com óleo, deixar dourar e ir pingando água (bem pouco) para não grudar. Tirar o frango da panela e reservar (tampe para não deixar bichinhos pousando na sua comida).
Na mesma panela (sim, para pegar aquele gostinho da borra... hummmm!)colocar cebola ralada, alho amassado e deixar dourar. Colocar água quente e um cubo de caldo de galinha e deixar ferver. À parte, aferventar (somente em água mesmo)o palmito fresco picado em pedaços regulares (fica mais bonito e o cozimento não altera de um pedaço pra outro). Escorrer.
Refogar cebola ralada com alho na manteiga e outros temperos (mais cebola, mais alho!!!). Colocar o frango no caldo que já estava fervendo, acrescentando o palmito que já estava refogado. Deixar ferver um pouco (pouco, pois o palmito não pode desmanchar) para pegar o gosto do frango e, na hora de servir colocar cebolinha e salsinha.

* A Cleusa cozinhou ao lado de minha avó por cerca de 25 anos. Lembrei dela hoje, pois tive uma vontade louca de comer esse frango. Em seguida, lembrei que minha mãe uma vez tinha me enviado essa receita. Achei que algumas partes careciam de observações...

Vai para quem gosta de acabar chupando os ossos!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como um mutante romântico

Será que somos tão mimados a ponto de querer o que não nos aceita? Que luxo, não? Pensar que o que se constrói e enfim se consolida, cai porque um de nós opta pelo objeto rejeitante. Sim, acredito que o carburante seja mesmo a conquista, a sedução, a crença de que devemos abraçar tudo e todos que pudermos. Esse é o retrato da juventude na contemporaneidade, da falsa liberdade, da obsessão pelo múltiplo. O desdém é o melhor tempero dessa mistureba toda, que perigo! Quem se abrir e se entregar já pode planejar o fim, porque ninguém mais acredita na construção. E somos todos passageiros, flashs na vida de até mesmo aqueles que nos fazem juras.
Ai, meus amores! Quem sou eu para vos desejar para a vida toda? Ou só para achar que desejarei?! Para querer viver a intensidade e inteireza, para querer em algum momento criar uma bolha ao nosso redor e amar só a você, e depois ao outro, e ao outro? Para querer transar, trepar e ainda fazer amor todas as manhãs?
Estamos virando vários seres quase felizes, quase amados e amantes. Sempre à beira. Na loucura, no amor e nas vivências somos os marginais do descontrole, mas no fim somos todos sãos e capazes de decisão. E que sanidade é essa que opta pelas frações? A solidão é uma constante infeliz e a solitude é intermitente. Pena não sermos credores do mundo e dos terráqueos fantasiosos, eles poderiam nos oferecer respeito e cuidado. Poderíamos até ser parceiros de alguma forma e nos acrescentar cada vez mais.
Acho que para isso o centro tinha que ser mais instável, às vezes um pouco mais acima, ou mais a direita e os olhares se moveriam para lá e para cá. Eles se cruzariam de verdade...

sábado, 24 de abril de 2010

Uma paixão em forma de choro

Se essa canção não pode ser somente sua
Peço que me pare agora pois não posso escrever
De minha boca já saíram tantos versos
Que disfarço em outros choros que deixei de oferecer


Quem foi que disse que o desejo já foi lava
Já foi pó, mas que já fora, que ele agora nada é?
Descomedida faço bloco em sua marcha
Que meu corpo apita a farsa de jamais te esquecer


Aviso o amor que já deixei de me importar
Com a grandeza em minha prosa à rigidez de seu olhar
Na minha vez de ser a pluma em seus braços
Ser a vela à escuridão virei um fardo em suas mãos


Adeus amante, meu irmão, meu samba a dois já não tem vez
Seu gancho espera mais um passo a resolver
Adeus amante, meu irmão, meu samba a dois já não tem vez
Seu gancho espera mais um passo a resolver

Auto da barca do inferno vol.II

Enquanto isso, a tempestade provoca ondas tão altas que eu, aqui dentro do barco, só sinto vontade de vomitar. Tento concentrar no horizonte, pois dizem que quem tem enjôos freqüentes e anda de barco, tem que ficar de olho naquela estabilidade.
Cheguei a tentar convencer o grupo a fazer a caminhada de algumas horas, que seria gratuita e sem problemas de labirintite, mas eles são tão preguiçosos que preferem pagar uma nota preta para não fazer esforço algum. Eu até faria a caminhada sozinha para não passar aquele mal de novo, mas se a maré enchesse e eu tivesse que passar pelo mangue, teria problemas com o lamaçal e precisaria de uma mão ou só de alguém para notificar o posto de saúde que eu tinha sido mordida por uma anaconda gigante.
Reconheço que estar só também tem seus perigos e que não sou lá tão aventureira assim, mas ter que subir nesse barco contra a minha vontade me deixa maluca.
Só não passo mal quando vou pelo rio, que não balança quase nada. No mar é tiro e queda, e fui eu mesma que optei por viver nele e ter que sacudir nessas ondas turbulentas.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Margem

Pela margem de um rio nunca passa a mesma água. Quando a terra anseia seca e enfim se banha, é o tempo de ela se molhar, se reconhecer naquela engrenagem e a água vaza rio adentro. Dali não vem mais a mesma água. Vem outra. A próxima vem mais turva, ou menos. Mais fria, ou quente. Mais ou menos densa.
A margem, no entanto guarda e mescla. É nela que a água turva que passou morna se mistura com aquela límpida e fria. Mas a memória da margem se limita às mudanças do tempo, aos fenômenos naturais. A tempestade troca as águas da terra ou até mesmo as faz escoar para o fundo do rio, assim como o sol e a falta de vento ou as mudanças da maré (caso o rio desemboque no mar) podem fazer com que por um momento a terra seque e nenhuma água a banhe.
Aquele é só um dos pontos da extensa margem do rio.

About Me

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Sou cantora. Vezes compositora, vezes professora, vezes cozinheira. Gosto de crianças e idosos. Me apaixono e desapaixono na mesma intensidade. Escrevo para não acumular na cabeça o que penso ou fantasio. Construo: tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo...

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