quinta-feira, 22 de abril de 2010

Margem

Pela margem de um rio nunca passa a mesma água. Quando a terra anseia seca e enfim se banha, é o tempo de ela se molhar, se reconhecer naquela engrenagem e a água vaza rio adentro. Dali não vem mais a mesma água. Vem outra. A próxima vem mais turva, ou menos. Mais fria, ou quente. Mais ou menos densa.
A margem, no entanto guarda e mescla. É nela que a água turva que passou morna se mistura com aquela límpida e fria. Mas a memória da margem se limita às mudanças do tempo, aos fenômenos naturais. A tempestade troca as águas da terra ou até mesmo as faz escoar para o fundo do rio, assim como o sol e a falta de vento ou as mudanças da maré (caso o rio desemboque no mar) podem fazer com que por um momento a terra seque e nenhuma água a banhe.
Aquele é só um dos pontos da extensa margem do rio.

1 comentários:

Phiattro disse...

Faz um feed aí! Pra te seguir no Reader!

Beijo!

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Sou cantora. Vezes compositora, vezes professora, vezes cozinheira. Gosto de crianças e idosos. Me apaixono e desapaixono na mesma intensidade. Escrevo para não acumular na cabeça o que penso ou fantasio. Construo: tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo...

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