segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como um mutante romântico

Será que somos tão mimados a ponto de querer o que não nos aceita? Que luxo, não? Pensar que o que se constrói e enfim se consolida, cai porque um de nós opta pelo objeto rejeitante. Sim, acredito que o carburante seja mesmo a conquista, a sedução, a crença de que devemos abraçar tudo e todos que pudermos. Esse é o retrato da juventude na contemporaneidade, da falsa liberdade, da obsessão pelo múltiplo. O desdém é o melhor tempero dessa mistureba toda, que perigo! Quem se abrir e se entregar já pode planejar o fim, porque ninguém mais acredita na construção. E somos todos passageiros, flashs na vida de até mesmo aqueles que nos fazem juras.
Ai, meus amores! Quem sou eu para vos desejar para a vida toda? Ou só para achar que desejarei?! Para querer viver a intensidade e inteireza, para querer em algum momento criar uma bolha ao nosso redor e amar só a você, e depois ao outro, e ao outro? Para querer transar, trepar e ainda fazer amor todas as manhãs?
Estamos virando vários seres quase felizes, quase amados e amantes. Sempre à beira. Na loucura, no amor e nas vivências somos os marginais do descontrole, mas no fim somos todos sãos e capazes de decisão. E que sanidade é essa que opta pelas frações? A solidão é uma constante infeliz e a solitude é intermitente. Pena não sermos credores do mundo e dos terráqueos fantasiosos, eles poderiam nos oferecer respeito e cuidado. Poderíamos até ser parceiros de alguma forma e nos acrescentar cada vez mais.
Acho que para isso o centro tinha que ser mais instável, às vezes um pouco mais acima, ou mais a direita e os olhares se moveriam para lá e para cá. Eles se cruzariam de verdade...

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Sou cantora. Vezes compositora, vezes professora, vezes cozinheira. Gosto de crianças e idosos. Me apaixono e desapaixono na mesma intensidade. Escrevo para não acumular na cabeça o que penso ou fantasio. Construo: tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo...

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