quarta-feira, 12 de maio de 2010

A céu aberto

Só pediria pra voar se fosse além de cem mil pés
Que não tem nuvem, não tem chuva pra molhar
O dia é sempre azul, a noite varre a escuridão
Tem tanto ponto que se perde sem cessar

Se pisca e pára pra pensar bem logo vem outro clarão
Que nem dá tempo de sofrer a solidão
Só pediria pra voar se fosse além dessa estação
Pra ver de novo como existe a imensidão


Já mencionou o que convém, mas não pediu o que ficou
Que foi um pouco do que nunca quis nem ver
Do nada quer um só refrão de um só verso que lhe diz
Que vem na alma seu pedido: exclamação!

Se pede pouco é porque sabe que ali mora o seu cordão
Que o infinito só produz competição
Quando vê tanto olho nu só nada às vestes do seu par
Que é só um, mas vive por lhe reparar

Mas quando insiste em parar é porque vê que pode ser
Que haja ar n’outro verão longe daqui

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Sou cantora. Vezes compositora, vezes professora, vezes cozinheira. Gosto de crianças e idosos. Me apaixono e desapaixono na mesma intensidade. Escrevo para não acumular na cabeça o que penso ou fantasio. Construo: tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo, massa, tijolo...

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